Uma vez que os trabalhos mais automatizáveis tendem a ser satisfatoriamente substituídos por IA em ritmo exponencial, faz-se urgente valorizar e incentivar a produção cultural humana.
Áreas como educação, artes, serviço social ou qualquer outra atividade centrada no ser humano devem ser melhor valorizadas e financiadas diretamente e indiretamente (por impostos específicos) pelas empresas de IA. As atividades que geram benefícios sociais devem ser tão bem, ou melhor, remuneradas do que aquelas que geram benefícios econômicos. Será especialmente crucial o suporte econômico no setor da educação (de crianças, jovens e adultos), uma vez que as IA aumentam a necessidade de retreinamento da força de trabalho. Soma-se a isso a necessidade de redução da carga horária de trabalho, renda básica universal e participação ativa dos governos frente a essa questão.
O único jeito de equilibrar isso tudo é com o modelo de impposto negativo do Milton Friedman, mas nunca vai acontecer. Nunca os governantes vão abrir mão do welfare state.
Se a gente focar em usar a IA para reduzir as ineficiências do Estado acho que seria benéfico para todos. Dá para fazer muita coisa. Como por exemplo simplificar todos os códigos de leis. Encontrar discordâancias, redundâncias, reorganizar, resumir, etc
Não sei se vão existir empresas de IA por muito tempo.
Ou teremos o monopólio do IA e uma ou duas empresas vai fornecer IA para todos. Ou as IAS vão se tornar leve o bastante para rodar local.
De uma forma ou de outra, toda empresa usará IA. Raras as qu já não esão usando de alguma forma.
Criar imposto para isso vai ser complicadíssimo e contraproducente.
Cruzes! Então vc quer taxar as pessoas para "investir em cultura"? Deus do céu...
Obrigado por entrar no debate, Fábio! Você acredita que a educação é o caminho, certo? Pois então, você conhece a situação da educação pública no Brasil? Considera que ela não precise de mais investimento para se adequar frente aos futuros desafios da sociedade? Esse dinheiro há de vir de algum lugar, ou se não vira apenas um discurso vazio. A sua lógica, e o que eu deduzo dela, de que precisamos diminuir impostos como um todo pra incentivar o empreendedorismo e o equilíbrio do livre mercado, não leva em conta que 1) As empresas de IA dependem de um altíssimo valor de investimento pra, dentre outras coisas, alimentar devidamente seu banco de dados a ponto de ter uma IA eficaz naquilo que se propõe, logo, as empresas de IA de sucesso a longo prazo tendem a vir quase que unicamente das big techs já consolidadas economicamente. 2) Neste processo de incorporar o máximo de dados possível para alimentar uma IA, há muito trabalho humano sem valor diretamente atribuído, ou seja, não remunerado, portanto faz-se necessário compensação social pra que haja algum equilíbrio. 3) Seu argumento começa apontando que incidir imposto sobre IA APENAS não seria a única solução, desconsiderando as outras soluções complementares que indiquei além de outras que podem e devem se sobrepor: Soma-se a isso a necessidade de redução da carga horária de trabalho, renda básica universal e participação ativa dos governos frente a essa questão. Concordo plenamente que devemos observar a história para não repetir os erros, sugiro que leve em conta qual é o seu viés ideológico na compreensão da história, pois, da minha perspectiva, parece implicar na repetição de erros fundamentais da nossa sociedade, tais quais acreditar em lendas como meritocracia e livre mercado. Em nenhum momento meu argumento foi ludista, contra IA ou algo do tipo. Eu uso gosto e de certa maneira até incentivo seu uso, o que não implica em glorificar o empresariado por trás deste tipo de recurso tecnológico. Eu também não falei em criar imposto pra quem cria projeto, não cheguei a especificar, mas acredito que faça sentido cobrar imposto apenas de empresas consolidadas seguindo critérios econômicos rigorosos para não suprimir as pequenas iniciativas.
Você não deve deveria levar em conta que apenas aumentando impostos resolveria essa questão, nenhum IA é melhor que um ser humano mas nenhum ser humano é melhor do que o outro ser humano utilizando uma IA. Seu texto me reflete muito o que aconteceu na revolta dos tecelão no século 18, quando as pessoas começaram a quebrar as máquinas de tecer, com medo de perder o emprego para elas. O mesmo está acontecendo hoje com a IA e com os carros elétricos você conhece algum mecânico que saiba consertar um carro elétrico? Provavelmente não, este mecânico precisa se especializar nisso pois daqui a menos de 10 anos você vai ter muito mais carros elétricos nas ruas do que hoje. O fato de você criar um imposto específico para quem cria um projeto de IA, não vai resolver os problemas que nós tivemos séculos atrás com as máquinas de tecer e os que estão por vir por causa do carro elétrico. O que eu e você temos que fazer é simplesmente cobrar mais educação para a população, isso sim vai trazer resultado lá na frente. Como a base educacional mais forte, o processo de adaptação de mudanças, não será tão impactado quanto acontece hoje por falta de capacitação de profissionais do qual já sofremos. E sobre impostos, observe outros países o quanto ele se desenvolveram e quão isso foi rápido quando simplesmente passaram a diminuir a quantidade de impostos cobrados e o mercado e as pessoas foram se adaptando as necessidades conforme elas foram surgindo. A história passada tem que ser lembrado como um exemplo a não ser repetido, principalmente pelos erros cometidos.