O debate sobre inteligência artificial nas empresas e como ameaça ou ferramenta de trabalho ainda segue muito superficial. As opções dadas são quase sempre a substituição do trabalho humano pela IA ou o aumento de produtividade com a redução de trabalhos repetitivos.
Acredito que o impacto da IA deva ser visto de forma mais sistêmica e questionando o sistema econômico e social atual.
Por que essa produtividade excessiva? É necessária realmente para um mundo melhor, mais confortável e igualitário? Ou só aumenta as desigualdades?
O que significa trabalhar e ganhar renda para viver. Se tudo virá tão fácil com a IA, haverá necessidade de custos de vida altos? Rendas menores e menores turnos não seria suficiente?
Quais os trabalhos que não podem ser substituídos por ia? Cozinhar, plantar, limpar, cuidar... tudo de essencial parece tão distante.
Escrever um texto como esse não precisa de um ser humano, mas talvez refletir sobre o significado desse texto de formas diferentes precise. quem vai ler o que a IA escrever? e pra que vai ler?
Quem é que realmente vai substituir o trabalho humano? Não seriam, os próprios humanos que vão preferir coisas feitas de forma mais rápida e conveniente, que vão preferir não trabalhar em coisas repetitivas?
Quem vai valorizar os humanos? Não seriam os próprios humanos?
Quem ensinou uma falsa empatia às IAs segue praticando-a nessas discussões.
Sugiro discussões que questionem renda minima universal, jornadas de trabalho e tempos de educação e lazer ampliandos.
Ótimos questionamentos, Carolina. Para contribuir com o debate, compartilhamos o artigo de Harvard sobre essa questão. Nele é defendida a perspectiva de que a IA não deve buscar substituir o trabalho humano, e sim potencializá-lo. https://hbr.org/2021/03/ai-should-augment-human-intelligence-not-replace-it