O nosso patrimônio cultural poderia ser protegido de duas formas:
1. Contra o colonialismo cultural: com políticas públicas para o desenvolvimento e treinamento de LLMs locais, com contexto, algoritmo, pesos e guardrails alinhados com as diversas culturas locais brasileiras. Com isso usaríamos nossos LLMs para conversar com outros LLMs do mundo, em vez de nos deixarmos colonizar por contextos e valores estrangeiros embutidos nas IAs.
2. Contra o extrativismo cultural: por meio de acordos internacionais, nos moldes das legislações sobre Biodiversidade, que protegem o patrimônio genético e o conhecimento tradicional associado de cada país, poderíamos buscar uma proteção contra o extrativismo ou pirataria cultural que os países desenvolvidos podem praticar ao se apropriarem da produção cultural disponível na internet por meio do treinamento de seus LLMs. Creio que a IA leva a discussão sobre direitos autorais e propriedade intelectual a outro nível, com processamento das informações de forma muito mais complexa e geração de valor que favorece quem tem mais dinheiro e recursos computacionais com o uso ilimitado da cultura alheia para fins comerciais de todos os tipos. Talvez nesse caso as legislações sobre propriedade intelectual e especialmente sobre direitos autorais não sejam mais suficientes nem adequadas para tratar as dragas de conhecimento criadas pela IA.
Que bobagem!! Pelamor! É esse tipo de lacração que nos torna atrasados. Precisamos é aprender a usar e criar nossas próprias soluções.
Excelente consideração, Bernardo! A importação de LLMs desenvolvidos e treinados em inglês e com características do Norte Global pode estimular a padronização cultural.
Esse foi um dos debates que emergiram a partir do caso no qual a Globo utilizou tecnologias de IA para dublar um documentário recente sobre o acidente do voo 447 da Air France: https://oglobo.globo.com/play/series/noticia/2024/06/05/dublagem-por-ia-em-documentario-do-globoplay-gera-debates-nas-redes-veja-o-que-diz-a-plataforma.ghtml